Entrevista a Rita Vilela, Escritora Portuguesa

Bom dia! Hoje temos mais uma autora para vos apresentar. O seu nome é Rita Vilela e para além de escritora é também Psicóloga e Formadora. Já tem 23 livros publicados só em quatro anos, almeja publicar lá fora e tem sem dúvida um espírito admirável. Foi um prazer elaborar esta entrevista. Fiquemos então com Rita Vilela.

Fala-nos um pouco sobre ti:

O meu nome é Rita Vilela e sou alguém que se considera realizada naquilo que faz. Licenciada em psicologia, desenvolvi o meu percurso profissional na área da formação. Hoje, conjugo esse trabalho com o exercício da terapia, a escrita, e outras atividades ligadas às palavras… e às pessoas.

Cresci no meio das histórias, herdei da minha mãe o prazer de escrever e comecei cedo a criar pequenos contos e poemas. Mas o arranque “a sério” deu-se muito mais tarde, em 2003, com a escrita do meu primeiro livro “As 7 Cores de Oníris”, que iniciou uma saga de fantasia e aventura que considero a minha obra mais especial.

A partir dai nunca mais parei… Tenho prazer em usar palavras para criar sonhos, para transmitir mensagens, para provocar mudanças.

E dificilmente poderia ambicionar um arranque mais feliz para esta nova área de atividade: mais de 20 livros publicados, alguns dos quais nos maiores grupos editoriais portugueses; 7 reedições; livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura; feedback entusiasta dos leitores…

Quem tiver curiosidade, poderá consultar a apresentação, carregando no link abaixo:

http://www.slideshare.net/fullscreen/ritavilela1/rita-vilela-14508316/1 

Estilo e Ritmo de Escrita:

O estilo varia: depois da saga de fantasia e aventura, seguiram-se livros juvenis, a vida de génios de mundo, metáforas e fábulas, obras infantis, ficção, romance, banda desenhada, teatro… e gosto de pensar que é apenas o começo.

As pessoas que conheço e o mundo que me rodeia dão-me a inspiração, e escrever torna-se um vício, uma paixão!

Adoro a parte criativa da escrita. Quando escrevo, esqueço o que se passa à minha volta e entro no meu próprio mundo de fantasia… por isso sou rápida a escrever. Mas depois demoro imenso tempo a rever e aperfeiçoar aquilo que escrevi.

Quais as tuas maiores influências?

O Senhor dos Anéis despertou-me para o gênero fantástico. Seguiu-se Dragon Lance, Harry Potter, Petzet e tantos outros. Comecei por sonhar através das obras alheias, até ganhar coragem para sonhar através da minha própria saga de fantasia… assim nasceu Oníris.

Para quem escreves?

Comecei a escrever para mim, pelo prazer da escrita, sem saber se alguma vez seria publicada e sem me preocupar muito com isso.

Vim depois a descobrir que o meu imaginário pouco tem a ver com a minha idade e que muitos dos meus livros que eu julgava destinados adultos como eu começavam a ser apreciados bastante mais cedo.

As minhas obras dividem-se entre o infantil, o juvenil e o adulto… mas a minha experiência é que ninguém está a levar essa classificação demasiado a sério. Já tive leitores do primeiro ciclo agarrados à minha saga de Oníris ou aos contos do livro de metáforas Histórias para Contar Consigo (escrito em parceria com Margarida Fonseca Santos). Já tive adultos encantados com os meus livros infantis. E estou muito feliz com isso!!!

Conta-nos um pouco sobre as tuas duas obras:

É difícil escolher por onde começar, porque elas já são muitas. Opto assim por escolher algumas, e para quem quiser conhecer as restantes sugiro a consulta do meu blog http://rita-vilela.blogspot.pt/, onde se encontram disponíveis sinopses, excertos, fotos, vídeos…

A trilogia de Oníris, que se inicia com As 7 Cores de Oníris, é a minha maior obra, aquela em que fui mais longe e tenho tido a alegria de a ver acarinhada por leitores de diferentes idades que me deixaram comentários fabulosos, “Gostava de um dia poder adormecer e acordar em Oníris, e viver todas as suas aventuras”, é apenas um exemplo.

A narrativa passa-se em Oníris, um mundo original habitado por 7 raças humanas, criadas pelos Íris – os sete jovens deuses gémeos.

Porque as raças não se conseguiram entender, Oníris foi dividido em grandes territórios e as criaturas separadas de acordo com a cor dos seus cabelos. Porque os Íris não cuidaram do mundo que lhes foi oferecido, foram castigados, aprisionados pelo seu próprio pai.

Está na mão dos Homens a chave que tornará Oníris de novo uno e permitirá a libertação dos deuses… mas, para que isso aconteça, representantes das sete raças terão de se entender, ultrapassar montanhas, superar as provas que Deo determinar… E os deuses estão atentos, e tomam partido.

Curso de Coragem para Meninos com Medo, um livro infantil e uma peça de teatro com o mesmo nome que contam a história da Maria, uma menina cujo medo de animais a leva a frequentar o curso de coragem do jardim zoológico. Com ela, e com vários animais do Zoo, as crianças irão aprender coisas importantes sobre o medo e as formas de o gerir. Na mesma editora, uma coleção de histórias infantis metafóricas Perguntas à Procura de Resposta visa promover a reflexão e a comunicação, entre crianças e adultos, à volta de questões e problemas do universo dos mais pequenos.

O construtor de futuros. Numa ficção quase policial, um homem descobre uma forma de dar mais sentido à sua vida inventando formas criativas de ajudar os outros a construir um futuro melhor, sem lhes pedir licença. Para o apoiar nesta exigente missão, conta com um grupo muito heterogéneo de amigos, onde se inclui uma tia velhota, uma miúda que pede no metro, um polícia de trânsito, uma médica analista, um porteiro de discoteca, uma especialista em informática, e tantos, tantos outros.

As Cenas de K – E se um livro pudesse ensinar os jovens a usarem a imaginação para serem mais felizes? Esta ficção juvenil tem essa ambição.

Histórias para Contar Consigo e Brincar com Coisas Sérias, escritos em parceria com Margarida Fonseca Santos, são livros de metáforas, histórias em que nos encontramos, em que encontramos pessoas que conhecemos, histórias que nos fazem pensar, refletir sobre nós próprios… mudar.

Associando a diversão da leitura ao efeito terapêutico dos textos, o enquadramento dos contos é feito através de perguntas que conduzem o leitor de história em história, num percurso que é seu, transformando a leitura numa espécie de jogo.

E o feedback, quando contamos estas histórias ao vivo em serões de contos, tem sido muito, muito, gratificante.

Como foi o processo de edição? 

Depois de reunir coragem, escolhi uma editora e enviei o meu primeiro livro “As 7 cores de Oníris”. Aguardei dois anos por uma resposta… e recebi um “não”. Enviei para outra editora e mês e meio depois veio o desejado “sim”. Se fizesse uma contabilização entre o número de “sins” e “nãos” penso que ganhariam os “sins”. A recetividade das editoras àquilo que escrevo tem sido excelente, 23 livros em pouco mais de 4 anos é a melhor prova disso.

Respondendo à tua pergunta, o processo de edição dos vários livros tem sido muito gratificante. Num mundo em que as pessoas se tratam por “tu”, tenho conhecido editores com quem adoro trabalhar e que me têm ajudado a melhorar as minhas obras.

Projectos Futuros:

Continuar! Continuar! Continuar! Escrever é um vício que não quero largar!!!

O mercado português é pequeno, a internacionalização é o meu próximo objetivo. A notícia de que uma editora italiana está interessada no meu livro “Curso de coragem para meninos com medo” deu-me uma grande satisfação. É o primeiro passo, mas não quero ficar por aí, e estou em busca de editoras noutros mercados.

Tenho praticamente prontos mais três livros de fantasia/aventura e alguns infantis que quero publicar.

Transformar em Banda Desenhada a minha saga é outro objetivo que já está em curso, “As 7 Cores de Oníris” em versão BD deverá sair para o ano, na editora ASA, um trabalho de equipa com o guião de André Oliveira, a ilustração de Mitsu Yoshike e a pintura de Joana Varandas.

O sonho seguinte é bem mais ambicioso: levar a história a filme. Um sonho impossível? Talvez! Mas a forma como decorreu a minha estreia como escritora faz-me acreditar em sonhos impossíveis.

Pergunta da praxe: O que achas do blog Morrighan?

Uma excelente iniciativa. Parabéns!!! É uma honra fazer parte dele.

Muito Obrigada Rita, pela tua amabilidade e excelência nas respostas!

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3 Comentários
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Rita Vilela
Rita Vilela
11 anos atrás

Obrigada, Sofia Teixeira

Por ajudares a divulgar o meu trabalho.
Um beijinho grande

Mil Estrelas
Mil Estrelas
11 anos atrás

Sem dúvida a melhor entrevista que li até agora!
Fiquei encantada com o trabalho desta senhora!
Como sabes Sofia sou de psicologia e quero que o meu trabalho futuro passe por aqui…
Adorei mesmo!!!
Beijinhos
Sandra

Morrighan
Morrighan
11 anos atrás

Olá Sandrinha,

Que bom!! :)) Ainda bem que gostaste! Vou ter duas obras da autora em passatempore brevemente!

Beijinho

  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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