[Os Artistas Portugueses no Vodafone Paredes de Coura IV] – Dia 4 – Sequin & Sensible Soccers

Último dia de Paredes de Coura, as saudades já apertam, mas a despedida promete e foi com esse espírito que iniciámos este 23 de Agosto. No cardápio constou Sequin, de Ana Miró, e Sensible Soccers, um quarteto de Fornelo que tem encantado e conquistado o mais variado público.

Fotografia Hugo Lima

Foi às 18h que Sequin entrou no palco secundário para dar início a mais um dia de festival. Para surpresa da artista, a tenda secundária encontrava-se bem preenchida, com mais público do que seria habitual para uma hora em que normalmente ainda se toma banho no rio ou apressa-se o jantar. Apresentando-se em full band, com Filipe no sintetizadores e Tiago no baixo, Ana Miró entra em palco em jeito de menina, sempre simpática e com um encanto muito próprio. Não sendo um tipo de concerto que eu escolheria ouvir àquela hora, mas antes ao início da madrugada, deu para começar a noite de concertos de forma agradável, pé dançante e boa disposição. Na sua música electrónica, com o baixo a ressoar no nosso peito, Sequin mostrou-nos parte do seu trabalho, incluindo coisas novas. Interagindo com o público enquanto cantava, e puxando por ele, obteve uma boa resposta e o balanço é positivo. A verdade, é que poucos ficam indiferentes à sensualidade de Ana Miró em palco, que é complementada com a sua voz e com as letras das suas músicas. Fica a nota que, no mesmo palco, mas numa hora mais tardia, daria para desfrutar muito mais do concerto.

Fotografia Hugo Lima

Sensible Soccers, um nome que depois de ouvido não é mais esquecido. Conheci-os através do seu mais recente trabalho “8”. Apaixonei-me perdidamente pela AFG e daí a entregar-me a toda a sua música foi um instante. Já os tinha visto ao vivo, mas Paredes de Coura é Paredes de Coura e só podia ser especial. Começando logo a abrir com a AFG, a partir daí foi sempre a somar e a dançar. Que o Manuel Justo não me leve a mal, mas aquela dança enquanto toca, mexendo as ancas bem melhor do que muitas mulheres, é uma inspiração para quem quer mexer o corpo. E não podemos esquecer o seu sorriso, claro. É  constante, é contagiante. Também o Hugo Gomes, parecendo espantado com a reacção do público, virou-se muitas vezes para o mesmo, agradecendo e acenando, fazendo o público sentir-se bem vindo e acolhido. Entre sorrisos acanhados e outros inevitáveis, também o Filipe e o Emanuel, nas suas respectivas guitarras, viveram a música à sua maneira, conseguindo transmitir a sua entrega ao que estavam a tocar. Muitos já devem ter visto vídeos – eu sei que já tinha visto um, mas  ao vivo nunca – em que aparece um rapaz em boxers/calções a dançar, na música Sofrendo por Você. Não é que fomos brindados com a sua presença? Trazendo um toque requintado ao concerto, o balanço que faço é evidente – os Sensible Soccers são uma banda despretensiosa que gosta do que faz e que é boa a fazê-lo. Não só é evidente a sua paixão pelo que fazem, como também não precisam de qualquer malabarismo ou teatro para que gostem deles. De poucas falas, mas de muitas expressões, são daqueles que falam aos corações e não às aparências. Um auditório cheio e completamente receptivo tornaram o cenário idílico. Para repetir, sem qualquer dúvida.

Fica a nota que Sensible Soccers a fechar, nem que fosse o palco secundário, onde também o ambiente é mais íntimo, teria sido o amor. A luz pode ficar-lhes bem, mas há um toque na obscuridade e no jogo de luzes que dá logo outra energia. Mas isto é só a minha opinião pessoal.

Resumindo e concluindo, grande cartaz português e um grande orgulho no que é nosso! 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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