[7 Anos Blogue Morrighan] A Marta Banza em Entrevista – Ilustradora oficial do 7º Aniversário e muito mais!

A querida Marta Banza… Conheci-a pessoalmente na comemoração do 6º aniversário do blogue no Maus Hábitos, Porto. Tinha convidado o Tio Rex para fazer parte do cartaz dessa noite e ele fazia-se acompanhar pela sua belíssima mais-que-tudo Marta Banza. Gostei logo dela. Um pouco tímida, algo reservada, mas simpática e atenciosa. O Miguel estava meio adoentado e o carinho e a preocupação, ao mesmo tempo que tentava estar presente para os restantes mostrou desde logo um coração cativante. Fomo-nos cruzando algumas vezes, para mim nunca suficientes, mas mesmo à distância criou-se uma amizade muito querida, uma empatia e um reconhecimento mútuo em muito mais do que se calhar ao início eu poderia imaginar. Em tudo o que faz, a Marta mete a alma e o coração. O seu talento vai para além da sua voz melodiosa e do desenho, atravessando a fotografia, o vídeo, o que for necessário para se expressar artisticamente. Estava na hora de conhecermos a mulher que está por trás de um grande homem, que é o Miguel Reis, mas que também ela tem um papel por si só. Com todo o respeito pelo meu querido tio, acho que está na altura de conhecermos a Marta Banza, artista portuguesa, cujo talento ultrapassa em muito a colaboração no projecto Tio Rex e que por isso merece por si mesma ter o seu destaque individual. Da minha parte só posso estar grata por, no meio de todos os seus afazeres e estudos, a Marta ter aceite fazer parte desta comemoração dos 7 Anos do Blogue BranMorrighan. A sua interpretação do que lhe pedi está perfeita!

Querida Marta, muita força, muita motivação, muito entusiasmo e todo o fôlego do mundo para que possas continuar a lutar pelo que queres! Obrigada por fazeres parte disto.

Fiquem com a sua entrevista!

https://www.facebook.com/MBanzaPhotography/

Olá Marta! Antes de mais obrigada por teres aceite fazer parte deste 7º aniversário do blogue BranMorrighan? Não nos queres falar um pouco sobre ti antes de avançarmos? 

Obrigada eu! Fazer parte do aniversário do teu blogue é um enorme prazer. Falar sobre mim? Não há muito para dizer na verdade! Nunca gostei muito de falar sobre mim, mas posso dizer que pessoas que me são próximas me descrevem como sendo uma pessoa simples. 

Muita gente poderá reconhecer-te de acompanhares o Tio Rex pela estrada fora. Como é ser sua companheira e ao mesmo tempo participar no seu trabalho artístico? 

Curiosamente, foram dois caminhos que se cruzaram muito cedo…Desde o início que ser sua companheira no amor e na música andam de mãos dadas. O que nos introduziu um ao outro foi precisamente um palco, a partir daí tudo surgiu naturalmente. Tem sido, acima de tudo, uma experiência entusiasmante e feliz. Para além de me ajudar a permanecer no mundo da música (onde realmente me sinto Eu), gosto de acreditar que contribuo da melhor maneira que sei para o seu projeto. Desde o início que o admiro muito como artista e estes anos apenas ajudaram a admirá-lo inclusive como pessoa. Partilho o palco da música com a pessoa com quem partilho o palco da vida – que mais podia eu pedir? 

Tens uma página de artista dedicada à fotografia. Lá afirmas “Para mim, fotografar é a arte da observação. É sobre encontrar algo interessante num lugar comum… Eu descobri que tem pouco a ver com as coisas que vemos e tudo a ver com a maneira como vemos as coisas.” O que é que procuras quando olhas para algo? Como é que te surge a necessidade de fotografar alguma coisa? 

Desde já tenho de te dizer que me sinto muito contente por teres feito essa pesquisa… Gosto muito que percebam o que está por de trás da minha “arte”. Para querer fotografar algo, esse algo tem de despertar qualquer coisa em mim. Não gosto de fotografar só por fotografar, e ver o que daí surge. Posso ir a caminhar pela rua sentir vontade de fotografar qualquer coisa onde veja que a luz está a incidir de uma maneira particular, por exemplo. Procuro também mostrar o que vejo da maneira mais genuína que consigo: todos nós vemos as coisas que nos rodeiam de forma diferente, e quero que a fotografia que eu tiro reflita especificamente o que os meus olhos viram e o sentimento que eu senti. Por outro lado, adoro fotografar pessoas, captar detalhes que escapam ao olho nu. Acredito mesmo que todos temos algo de belo à nossa maneira, e é mesmo muito gratificante para mim quando fotografo alguém e a pessoa se sente bonita ao ver as fotografias.

Sentes que falta essa emoção na maior parte dos trabalhos artísticos que vão aparecendo? 

Não sei se posso afirmar que existe falta de emoção… Como, para mim, a fotografia é algo de tão pessoal, percebo que possa também ser mal compreendida. Quem sabe se também não vêem falta de emoção nas minhas fotografias? No entanto, sei que é cada vez mais “fácil” ser “fotógrafo”. Escrevo ambas entre aspas porque ser fotógrafo de verdade não é assim tão fácil (e com isto não quero dizer que eu faço jus à definição, mas procuro). A acessibilidade a máquinas muito boas a preços confortáveis, juntamente com a facilidade com que se partilha uma fotografia hoje em dia, acaba por tornar esta actividade algo banal, e os que realmente se dedicam a isto com corpo e alma podem acabar mascarados no meio de tanta informação. No entanto, há que não confundir qualidade da máquina/fotografia com Qualidade do trabalho. 

Como poderão ver na ilustração do aniversário, e já noutros posters, também te tens aventurado na ilustração. É algo que queres continuar a fazer ou vais fazendo só por desafio momentâneo? 

Confesso que sempre adorei desenhar. Antes dedicava-me a desenhar retratos, cheguei a fazer um pequeno workshop, mas aos poucos fui perdendo tempo para continuar a praticar. Ainda faço uns rabiscos, aqui e ali… Nomeadamente, como sugeres, por desafio. Mas é certo que sempre que esses desafios aparecem, fico mais que contente por poder dar asas à imaginação e desenferrujar os dedos!

Fotografia Eugénio Ribeiro

A verdade é que também tu tens uma belíssima voz. Ouvi dizer que poderá haver a possibilidade de um dia, para além da Marta Banza Fotógrafa e Ilustradora, poderemos ter uma Marta Banza cantora. É um sonho ou tornou-se num desejo? 

“Belíssima” depende bastante dos gostos haha! Mas se houver alguém que gosta já fico muito contente. Essa possibilidade existe, de facto. Até há relativamente pouco tempo, digamos uns 4 anos, não considerava essa hipótese porque só me sentia bem a cantar sozinha. Com o tempo fui-me apercebendo que me sinto bem a fazê-lo em palco também, e tornou-se num desejo a partir do momento em que as pessoas à minha volta me fizeram sentir que se calhar poderei ter algum lugar nesse palco. Para além disso canto desde os meus 10 anos, em corais, e sempre foi algo que me entusiasmou. Se tudo correr bem, o desejo será cumprido, um dia. 

Como é que cada uma destas artes se complementa em ti?

Sempre estive muito dentro do mundo das artes. Sempre que toco ou canto, o mundo à minha volta concentra-se nesse momento. Sempre que coloco a máquina ao pescoço, as horas passam mais devagar. E, da forma mais simples e mais honesta que consigo explicar, sinto-me feliz. Posso mesmo dizer que estas vertentes artísticas me fazem sentir mais próxima de mim, mais activa. 

Mas avancemos para coisas um pouco mais informais, que eu sei que tens excelentes gostos. Queres-nos falar sobre o livro que mais te marcou até hoje? Ou alguns livros que tenham deixado rasto em ti? 

Que boa pergunta! Adoro ler, foi algo que me passou o meu pai e o bichinho lá foi ficando e crescendo. Tenho uma estante no meu quarto onde guardo os livros que mais gostei até agora… Um dos últimos que li e que, apesar de grande, me manteve sempre interessada, foi “O Último Cabalista de Lisboa”, de Richard Zimler. Não sei qual me marcou mais até hoje, mas um que me ficou na cabeça desde que acabei de ler foi “As Velas Ardem Até Ao Fim”, de Sandór Márai. Aconselho a sua leitura e, se acontecer o mesmo que a mim, vão fechar a última página do livro mais lentamente do que quando o abriram. 

Que outros artistas é que segues e admiras? 

Acabo por acompanhar mais artistas no mundo da música, e são variados. Internacionais acompanho e admiro muito o Benjamin Clementine. Para além de ter um talento enorme e fora do comum, em termos artísticos é o que sonharia ser. Cá da nossa terra, gosto de estar a par do que os Lavoisier vão fazendo porque foram dos poucos artistas que me arrepiaram dos pés à pontinha dos cabelos num concerto ao vivo. Mas tenho tantos outros artistas cujo trabalho gosto de ir desbravando… Há tanto de novo e bom à espera de ser descoberto. 

E agora vou puxar do ego e pedir-te uma mensagem aqui para o blogue 🙂

Haha, vou tentar ao máximo fazer-lhe jus… Não é todos os dias que encontramos um blogue como o teu, especialmente por ter a pessoa que tem por de trás. Nos dias de hoje é fácil fingir o interesse pelo trabalho do próximo, e ainda é mais fácil fingir orgulho nos outros. Este blogue é um porto de abrigo a quem quiser escapar a tudo isso – a Sofia consegue promover artistas, livros, pessoas, eventos, de uma forma muito humana e nua, desprovida de pretensiosismos. E isso vale mais do que muita gente poderá achar. <3 i="" nbsp="">

Ilustração do 7º Aniversáriohttp://www.branmorrighan.com/2015/12/7-anos-blogue-morrighan-7-anos-e-toda.html

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  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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