[Playlist da Quinzena] 1 a 15 de Novembro de 2016 – As Escolhas de Manuel Siqueira (Lotus Fever)

É já este mês que é lançado o segundo disco de longa duração da banda lisboeta Lotus Fever e nada melhor do que termos um dos membros da banda como protagonista da Playlist da Quinzena. Desta vez calhou ao Manuel Siqueira, guitarrista, escolher alguns temas que nos sirvam de companhia. Quando “Still Aliva For The Growth” sair, e acreditem que vai dar que falar, faço novo post! Não é todos os dias que temos uma banda cujo um dos temas é partilhado na página oficial de George Orwell no Facebook! Sigam-nos aqui: https://www.facebook.com/LotusFever/

Há tanta variedade de música que adoro e ouço com regularidade que, para fazer uma playlist com pés e cabeça, sinto que atribuir um tema deve ser o primeiro passo. Decidi partilhar uma experiência que repito sempre que tenho oportunidade. Consiste em arranjar uma posição confortável no sofá ou na cama e, num estado de grande cansaço físico, explorar aquela viagem de sonho meio acordado ao sabor de música nos headphones. Para provocar esta sensação criei uma playlist no meu ipod onde juntei apenas músicas que ajudassem a este efeito – vou partilhar algumas aqui. Para mim, estas músicas têm de possuir uma mistura de serenidade/ calma com espacialidade/mood, sempre num registo lento.

Michicant – Bon Iver

O álbum Bon Iver, Bon Iver é possivelmente o que mais repetidamente ouvi em toda a minha vida. Sinto que se proporciona em todo um conjunto de situações distintas – desde ouvi-lo às portas do sono (sim, este disco funciona na perfeição para o efeito desejado) a ouvi-lo na praia, a viajar.. Algo na beleza calma de que o álbum vive e que Vernon é mestre a criar faz com que seja para mim incansável, e Michicant é uma das mais subtis e emocionais criações do mesmo.


Over My Head – Alabama Shakes

Um dos grandes álbuns do ano passado, onde o brilhantismo da composição é apenas superado, talvez?, pela mestria na produção. Over My Head é a última música do álbum e também a mais calma.


How To Disappear Completely – Radiohead

Nunca é fácil seleccionar uma música de Radiohead, e na minha playlist do ipod tenho pelo menos meia dúzia. Acabei por escolher How To Disappear Completely, do álbum Kid A. Bastante simples no que toca a estrutura, a música acaba por ser tudo menos banal. Muito densa a nível de camadas sonoras e com um certo tom de macabro que se funde na beleza natural da música, para mim este tema é uma viagem do início ao fim.


Fjogur Piano – Sigur Rós

Num rasgo de genialidade em que decidiram conjugar quatro pianos numa música instrumental sem tempo definido e com constantes dissonâncias, surgiu a que é a minha música preferida de Sigura Rós. Sinto que é um exemplo excepcional de arte, não só pela naturalidade tocante do resultado final como pelas “leis” que vai quebrando em relação à forma como uma banda deve fazer música. Aconselho vivamente quem não conhece a ver o videoclip em conjunto com a música.


Stepson – Foals

Há várias músicas no álbum Holy Fire que distinguem Foals do indie rock britânico convencional, e é esse o registo que mais aprecio neles. Sendo um álbum que vive muito de rhodes piano quentes e orquestrações simples na base dos temas, acaba por ter uma beleza pouco convencional quando conjugando esses elementos com a voz incomum de Yannis. Stepson é um dos momentos mais introspectivos do álbum, e também um dos meus preferidos.


Between The Walls – Efterklang

O álbum Piramida dos Efterklang é uma explosão de originalidade. Para esta playlist a música Sedna teria sido mais adequada, mas sendo os Efterklang uma banda pouco conhecida preferi mostrá-los com a que penso ser a sua melhor música. Admiro particularmente o equilibro que a banda encontrou para criar música ao mesmo tempo ritmada (embora de uma forma muito subtil) e intimista, sempre com uma instrumentação muito electrónica.


Measurements – James Blake

Ouvi Measurements pela primeira vez no final do concerto de James Blake em Paredes de Coura. Pedindo silêncio ao público e criando vários loops (bastante longos!) de voz uns por cima dos outros, a instrumentação só foi trazida no final da música quando as vozes estão estavam gravadas. Em disco não é bem assim, e embora a música viva muito das vozes a instrumentação (que é também brilhante) entra logo de início. É uma música original onde se compreende a capacidade fora do comum de James Blake para criar harmonias.


Cornfield Chase – Hans Zimmer

Hans Zimmer é um dos artistas actuais que mais admiro. A minha primeira escolha teria sido de um dos seus soundtracks, na minha opinião, mais subvalorizados, que é o do filme O Último Samurai (a música chama-se A Small Measure of Peace). Como esta banda sonora não está no Spotify, optei por este também espectacular tema do filme Interstellar.


Exogenesis: Symphony Part 3 – Muse

Conta a história que Matt Bellamy esteve anos a compor e aperfeiçoar a sinfonia (como lhe chamaram) Exogenesis, até esta ser gravada e colocada no álbum The Resistance. Composta por três partes, a sinfonia merece ser ouvida de uma ponta à outra. É uma combinação de música clássica com elementos rock (como bateria e guitarras eléctricas distorcidas) genial, que culmina nesta parte 3 e que é também a mais introspectiva e bonita. Aparte do nível de composição e produção que fazem desta sinfonia uma obra prima, admiro também a ousadia de uma banda como os Muse para finalizar um disco com 13 minutos de música classica-experimental.


Lemonade Lake – Jungle

Descrevi há uns tempos o disco de Jungle à minha namorada como a que poderia ser a banda sonora da minha vida. Disse isto porque, um pouco como o Bon Iver, Bon Iver, dá-me imenso gosto ouvi-lo em qualquer lado. No carro, numa noite com amigos, em casa sozinho, sinto que o álbum se adequa a todos esses momentos e a muitos outros. Lemonade Lake é a última música e traz ao disco uma nova atmosfera lenta e envolvente.


An Ending – You Can’t Win, Charlie Brown

Para a última música desta playlist escolho uma das minhas bandas portuguesas preferidas, os You Can’t Win, Charlie Brown. Considero a música An Ending (última do primeiro álbum) uma das maiores pérolas da música portuguesa. É criado um ambiente bastante negro mas bonito, exemplo perfeito da classe que caracterizava a música da banda desde tão cedo.

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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