Opinião: Isto Acaba Aqui, de Colleen Hoover

Isto Acaba Aqui

Colleen Hoover

Editora: TOPSELLER

Sinopse: O que te resta quando o homem dos teus sonhos te magoa? Lily tem 25 anos. Acaba de se mudar para Boston, pronta para começar um nova vida e encontrar finalmente a felicidade. No terraço de um edifício, onde se refugia para pensar, conhece o homem dos seus sonhos: Ryle. Um neurocirurgião. Bonito. Inteligente. Perfeito. Todas as peças começam a encaixar-se. Mas Ryle tem um segredo. Um passado que não conta a ninguém, nem mesmo a Lily. Existe dentro dele um turbilhão que faz Lily recordar-se do seu pai e das coisas que este fazia à sua mãe, mascaradas de amor, e sucedidas por pedidos de desculpa. Será Lily capaz de perceber os sinais antes que seja demasiado tarde? Terá força para interromper o ciclo?

OPINIÃO: Terminei a leitura deste livro há cerca de dois meses. Na altura, o livro mexeu comigo a uns quantos níveis e achei que ainda não era altura de me sentar a escrever sobre o mesmo. No entanto, mesmo passados estes dois meses, ao contrário de outros livros que por vezes a história não passa de uma pequena lembrança, Isto Acaba Aqui continua bem fresco e eu continuo sem saber muito bem como escrever sobre ele. De Colleen Hoover só li, em 2014, Um Caso Perdido. Já naquela altura – e porque a forma como sentimos o que lemos também está relacionado com aquilo que podemos estar a viver, ou tenhamos vivido até ali – fiquei abalada. Também era mais novita, o livro é, claramente, para um público jovem-adulto, e fiquei bastante impressionada (como poderão ler na opinião que escrevi nessa altura). Entretanto, em Portugal, já saíram outras tantas obras da escritora, mas só agora, com este último, voltei a sentir o impulso de a ler. Mais uma vez, dei por mim com uma sensação muito intensa ao longo da leitura. Talvez por ser um pouco mais adulto, talvez por saber que é baseado numa história real, o que é certo é que Isto Acaba Aqui pode e deve ser lido por qualquer faixa etária. 

Acima de tudo, este livro acaba por ser uma inspiração. Não querendo desvendar muito da história, acho que a sinopse já revela o suficiente, Colleen Hoover consegue criar um enredo em que qualquer leitor se poderá identificar com os protagonistas. Nem sempre me identifiquei com a personalidade de Lily, mas acho que o poder desta história reside na capacidade que tem de nos fazer reflectir na nossa vida, nas consequências de quando deixamos alguém entrar nela ficando, de certa maneira, cegos. Quando se ama alguém nem sempre se quer ver o lado negro dessa pessoa, ou tem-se esperança que esse lado atenue e que o amor vença ou seja suficiente para as coisas mudarem, melhorarem. Mas nem sempre é assim. Por muito que se goste, por muitas oportunidades que se dê, há algo que nunca pode faltar, se queremos não perder o controlo de quem realmente somos: amor próprio. É algo que devemos tentar manter sempre e que ninguém tem o direito de destruir ou colocar em causa. Por muito bom coração que vejamos nessas pessoas que vamos amando ao longo da vida, chega a um ponto em que o que pode acontecer de negativo não compensa. 

Aliviando um pouco o discurso, e explorando outra vertente deste livro, adorei o Atlas e adorei a Lily adolescente (a adulta também, mas se já leram, ou quando lerem, percebem o que digo). O formato da narrativa, com os diários de Lily a serem relidos no presente, fez com que por momentos pudéssemos também sorrir, comover e enternecer com a pureza e ingenuidade que ainda transportamos connosco quando somos jovens adolescentes, cheios de sonhos e esperanças. Mais importante ainda é perceber que, mesmo apesar das adversidades e infância atribulada, Lily continua a lutar pelos seus sonhos. E é por causa deles, e por aquilo que passou a sua infância toda a testemunhar, que a sua história acaba por tomar os contornos que tomou. E isto leva-me, de facto, à reflexão de que é sempre muito mais fácil estar de fora, julgar, dizer que se fazia isto ou aquilo se nos acontecesse o mesmo, mas a verdade é que só quem passa por elas é que se apercebe que nunca nada é tão transparente, ou tão preto no branco. As zonas cinzentas são muito mais comuns do que se pensa e sair delas requer tanto esforço quanto determinação e, por vezes, sofrimento. Quanto ao Atlas, seria giro ver esta história na sua perspectiva. Também ele com a sua história dura, com as suas dificuldades. Não menciono muito Ryle porque ele é, sem dúvida, a chave de todas as transformações. E as emoções nunca são unânimes. O que é certo é que gostei deste livro. Talvez venha a ler os outros da autora. Boas leituras! 

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on whatsapp
Subscrever
Notificar-me de
guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

    Subscritores do blog

    Recebe notificação dos novos conteúdos e partilhas exclusivas. Faz parte da nossa Comunidade!

    Categorias do Blog

    Leituras da Sofia

    Apneia
    tagged: currently-reading
    A Curse of Roses
    tagged: currently-reading

    goodreads.com

    2022 Reading Challenge

    2022 Reading Challenge
    Sofia has read 7 books toward her goal of 24 books.
    hide