Opinião: A Magia do Silêncio, de Kankyo Tannier

A Magia do Silêncio

Kankyo Tannier

Editora: Arena

Sinopse: Ultrapassados pela falta de tempo, pelo excesso de informação e por uma vida profissional e pessoal que muitas vezes exige mais do que podemos dar, às vezes explodimos e sentimo-nos perdidos, cansados e fartos de tudo. E se a solução fosse a magia do silêncio?

Kankyo Tannier, uma monja budista leiga, pratica o silêncio há vários anos numa cabana idílica nas florestas da Alsácia, em plena ligação com a natureza e os animais. Kankyo parte dessa experiência extraordinária para nos ensinar a integrar a magia do silêncio (espiritual e físico) no nosso dia-a-dia e ajudar-nos a melhorar o nosso estado interior sem mudar as nossas vidas.

Através de exercícios simples e práticos, este livro nos conduz-nos no caminho do silêncio e da felicidade: o silêncio das palavras, a fim de compreender realmente o que está a acontecer à nossa volta; o silêncio visual, para que nosso olhar saiba como se desviar da informação visual inútil e o silêncio corporal, para aprender a ouvir o que nosso corpo nos diz.


OPINIÃO: Nos tempos em que vivemos, em que todos parecemos andar numa corrida contra o tempo, estar em silêncio parece quase uma coisa estranha ou sinal de que algo não deve “estar bem”. Talvez devido à minha personalidade, e principalmente desde que tenho a minha própria casa, silêncio é precisamente aquilo que procuro quando finalmente transponho a porta. Devido à grande quantidade de trabalho que tenho diariamente, nem sempre é possível, mas tento nem sequer ligar o computador. A televisão raramente a ligo e até a música ambiente por vezes deixa de fazer sentido. O silêncio foi algo que passei a valorizar bastante, principalmente por ser um catalisador para olharmos para nós mesmos, em nos confrontarmos com os nossos pensamentos, desejos e desilusões. Mas, acima de tudo, e é o que Kankyo Tannier acaba por reforçar em A Magia do Silêncio, o silêncio é também curativo. 

Através de uma série de experiências pessoais, descritas de uma forma leve e sóbria, a autora convida-nos a abrirmos a nossa mente a uma série de conceitos e de etapas para obtermos uma maior harmonia no nosso quotidiano. São dicas, ferramentas e exercícios para conseguirmos que a cada dia consigamos estar mais conectados e sensíveis tanto com o nosso próprio ser como com o que nos rodeia. Kankyo Tannier também aborda os rituais de alimentação, como é que com o tempo acabou por se tornar vegetariana e depois vegana e de como isso se pareceu reflectir na reacção dos animais à sua própria pessoa. 

Dado que o mindfulness se tornou num conceito algo viral, se bem que muitas vezes incompreendido, o que mais me agradou na abordagem em A Magia do Silêncio é a simplicidade com que tudo é exposto, tornando-se acessível a qualquer comum mortal que esteja embrenhado numa montanha russa de acontecimentos. Nem sempre me identifiquei a fundo com tudo, talvez por alguma distância às suas vivências, mas uma coisa é certa, a sabedoria que este pequeno livrinho contém compensa o tempo que possamos gastar nele. Apesar de ser fácil e rápido de ler, recomendo a que de vez em quando se volte atrás ou se releia. 

Juntando um pouco da minha experiência ao que li, concordo com a autora no essencial: silêncio e disciplina ajudam a termos uma vida melhor. À medida que leio mais livros relacionadas com mindfulness, meditação, yoga, etc., mais fico convencida que todos se tocam e se cruzam num ponto: na importância de termos uns momentos em que nos possamos focar só na nossa respiração, com o nosso silêncio, com o ganho da consciência de cada parte do nosso corpo. Conjugar silêncio, meditação e yoga pode tornar-se numa prática viciante e regeneradora. 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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