Opinião: ‘Maze Runner – Correr ou Morrer’ de James Dashner

Maze Runner – Correr ou Morrer

James Dashner

Editora: Editorial Presença

Colecção: Via Láctea #105

Sinopse: Quando desperta, não sabe onde se encontra. Sabe que o seu nome é Thomas, mas é tudo. Quando aquela caixa metálica para, Thomas percebe então que se encontra num elevador e não tarda a descobrir que chegou a um lugar estranho e que o enche de pânico. Lá fora, uma pequena multidão de adolescentes como ele. Os rapazes puxam-no para fora e as suas vozes saúdam-no numa linguagem que lhe parece estranha. Dizem-lhe que aquele lugar se chama a Clareira e ensinam-lhe o que sabem a respeito daquele mundo. E existe o Labirinto, para além dos muros da Clareira… Mas acontece algo inesperado – a chegada da primeira e única rapariga, Teresa. E ela traz uma mensagem que mudará todas as regras do jogo.

Opinião: Depois do estrondoso sucesso que tem sido Os Jogos da Fome, a Editorial Presença volta a apostar num livro do mesmo género baseado num mundo distópico: Maze Runner – Correr ou Morrer. Desde já dou-lhes os parabéns pela excelente escolha!

A aventura começa com o despertar da consciência de Thomas para uma realidade completamente nova e desconhecida. O seu passado é um autêntico buraco negro e a única coisa de que ele se lembra é do seu próprio nome. Recebido por dezenas de rapazes mais ou menos da sua idade, rapidamente começa a interrogar onde está, quem são, como tudo funciona, mas as respostas que recebe são bastante escassas.

É toda uma nova descoberta do princípio ao fim. Apesar de ao início nos ser revelado muito pouco sobre o mistério que envolve a Clareira e o Labirinto, rapidamente ficamos presos à leitura e até fascinados com a forma como eles se organizam. Confesso que enerva um pouco que ninguém queira responder às perguntas de Thomas. Nem sequer sobre o Labirinto. Sabe-se que quando o Sol se põe, as portas têm de ser fechadas, mas ninguém dá a conhecer verdadeiramente essa realidade até que Thomas se atira para o labirinto para poder salvar dois colegas da Clareira. Aí, começamos a conhecer o verdadeiro perigo.

Em termos de personagens, Dashner construiu um grupo delas bastante diversificado, com personalidades bastante fortes, algumas algo voláteis que transpiram fúria mal contida, que acima de tudo que conferem uma aura de perigo e medo em torno destas.

A sociedade e o mundo estão bastante bem construídos e o puzzle difícil de descortinar. Só quando Teresa começa finalmente a comunicar com Thomas é que aos poucos e poucos vamos descobrindo um pouco mais sobre as motivações de quem possivelmente os colocou ali.

A escrita do autor é um misto de frieza e determinação que acabam por atrair o leitor do início ao fim. Ele tem a mestria de conseguir com que seja impossível largar a leitura do livro, mesmo não desvendando quase nada até pelo menos metade da obra.

Num pequeno comentário à parte, queria deixar aqui em tom de curiosidade que na minha opinião nota-se bastante a diferença entre a escrita de um homem e a escrita de uma mulher no que toca a livros baseados em distopias. N’Os Jogos da Fome, a autora teve sempre o cuidado de transmitir imenso as emoções das personagens fazendo com que os leitores se apegassem rapidamente a essa vertente. No caso de Maze Runner, as emoções não são tão tidas em conta, mas sim a consciencialização de que nem tudo o que parece é, que a determinação e a força de vontade é que contam e que ali é mesmo como o título diz: ou se corre ou se morre. É tudo muito mais cru.

Sem dúvida uma obra que me deixou o gosto apurado para ler mais do autor e vou ficar ansiosamente à espera do próximo volume. Gostei Bastante.

Maze Runner na Editorial Presença: http://www.presenca.pt/livro/infantis-juvenis/fantasia/maze-runner-correr-ou-morrer/?search_word=maze%20runner

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4 Comentários
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Paula Soares
Paula Soares
11 anos atrás

Mais uma opinião que me deixou água na boca. Os Jogos da Fome foram os últimos livros que li e que me agarraram completamente até ao final. A intensidade dos livros mexe connosco.
Este será mais um que vai entrar para a wishlist.
Já agora aproveito para dizer que adoro a maneira com escreve as opiniões, que não revelam de mais e ao mesmo tempo transmitem uma ideia fiel daquilo que poderemos encontrar no livro. É sempre bom quando as opiniões são dadas com sinceridade e não para ficarem "bem na fotografia".
Continue com o bom trabalho 🙂

Morrighan
Morrighan
11 anos atrás

Olá Paula 🙂

Fiquei extremamente honrada com o teu comentário.
Um muito muito obrigada.

Sinceramente por vezes acho que as minhas opiniões são demasiado informais para o contexto literário da blogosfera. Mas pronto! Fico contente por haver leitores que gostam 🙂

Beijinhos

Maria
Maria
10 anos atrás

Concordo em pleno com esta review!
O livro poe os nossos neuronios a fervilhar com questoes e mais questoes! Faz-nos virar pagina sb pagina , pois queremos avancar na descoberta do sentido para tudo! …
O segundo livro da serie e' igualmente bom: as novas experiencias sao mais duras e fazem crescer e amadurecer o heroi da historia. Nao e' assim na vida real? O crescimento acontece proporcionalmente a' dureza da vida!
Novamente a esperanca, a determinacao, a luta movem as personagens e levam-nas a avancar no caminho q se veem obrigadas a percorrer!
Se gostou do primeiro volume, siga com a serie, pois no proximo a accao e o suspense aumentam de intensidade!…

Morrighan
Morrighan
10 anos atrás

Olá Maria,

Muito obrigada pelo teu comentário! Claro que concordo com tudo 🙂

Eu já li o segundo e também já postei a minha opinião. Se estiveres interessada, podes lê-la aqui: http://www.branmorrighan.com/2013/06/opiniao-maze-runner-provas-de-fogo-maze.html

Um grande beijinho e boas leituras!

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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